Qual a melhor ferramenta de amostragem para coleta de solo?
Olá, pessoal!
Amostragem de solo
Objetivo da amostragem de solo é de conhecer a
fertilidade atual do solo por meio da análise química e física do solo antes de
plantar a cultura agrícola. É importante destacar que a análise de solo é
utilizada na fase de planejamento da cultura, ou seja, antes que seja plantada
a cultura.
O ideal é realizar a coleta de solos na fazenda
logo após a colheita devido a vários fatores:
O solo apresenta algum teor de umidade o que
facilita e agiliza o processo de coleta do solo.
Os laboratórios de análise de solo estão com menos
demanda. Assim a o resultado da análise de solo é disponibilizada mais rápida para
o produtor.
Com isso, o produtor pode fazer a aquisição de insumos
principalmente de fertilizantes como o N:P:K e outras matérias primas como o MAP,
DAP, Super Simples, Super Triplo, Cloreto de Potássio, Uréia, Sulfato de Amônio,
Nitrato de Potássio com um preço menor, já que em ano normal, o preço do adubo
fica mais barato durante a colheita.
A análise química do solo irá mostrar a quantidade
de nutrientes que tem disponível para as plantas. Com isso, o produtor rural
poderá aplicar uma quantidade correta de fertilizante para suprir as
necessidades do solo e da planta.
Ao mesmo tempo análises físicas do solo irão
mostrar qual é a textura que esse solo possui, isto é, se o solo é mais arenoso
ou argiloso. Pois, para recomendar o tipo e a quantidade de adubo a ser
aplicado deve ser levado em consideração qual é a textura do solo.
Conceito da amostragem de solo na agricultura tradicional
Na agricultura tradicional amostragem do solo é
realizada da seguinte forma.
Primeiro deve ser coletado no mínimo entre 15 e 20
subamostras que serão misturadas e que irá formar uma amostra apenas representando
um talhão.
O tamanho do talhão a ser retirado a subamostras de
solos deverá ter no máximo 20 ha.
Caminhar pelo talhão em zig-zag coletando as subamostras
principalmente nas manchas de solo que tem no talhão e evitando amostras perto
de estradas, carreadores e na borda do talhão.
As manchas de solo podem ser identificadas no campo
pela pessoa que irá amostrar o solo pela diferença de cor e da sua textura do
solo. O objetivo é esse coletar várias amostras de diferentes manchas de solos
presente em um talhão para depois fazer uma média.
Se a coleta for realizada em área maior que 20 ha,
a chance de erro no teor de nutrientes da análise de solo é grande. Pois o tamanho
de 20 ha é o tamanho máximo para formar uma análise de solo.
Caso, o talhão seja maior que 20 ha, este talhão
deverá ser dividido em área de 20 ha no máximo para que a amostra seja
representativa do solo.
As duas recomendações acima devem ser seguidas a
risca para que os resultados dos teores de nutrientes apresentados na análise
solo sejam verdadeiros.
Caso, as recomendações acima não sejam seguidas, provavelmente,
o resultado dos teores de nutrientes na análise solo não serão verdadeiros.
Conceito da amostragem de solo na agricultura de
precisão
Já na agricultura de precisão, a amostragem de solo
é realizada de forma diferente da agricultura tradicional. Pois, o tamanho
máximo para amostragem de solo será entre 2 e 5 ha.
Sendo que 2 ha de amostragem de solo para áreas,
mas declivosas e áreas com topografia plana será aproximadamente de 5 ha. Cada
caso é um caso.
Neste exemplo, a agricultura de precisão está em
sua fase inicial de implantação na propriedade rural, isto é, está no formato
de coleta em grid. Com o passar dos anos o técnico e o produtor rural poderão
optar pela amostragem de solo na agricultura de precisão de acordo com a zona
de manejo.
Na zona de manejo usado na agricultura de precisão,
o tamanho da área a ser amostrada não é padronizado. Devido uma zona de manejo
apresentar características similares como o teor de argila, matéria orgânica, tipo
de solo, disponibilidade de água para a planta e produtividade da cultura.
Independentemente do tipo de amostragem de solo
seja na agricultura tradicional ou na agricultura de precisão as ferramentas
usadas para a coleta de solo serão as mesmas. dessa forma cada ferramenta tem
vantagem desvantagem na variável tempo de coleta, custo financeiro, qualidade
da coleta do solo.
Todas as variáveis deverão ser levadas em conta
pelo técnico e produtor rural, a fim de
ver qual é a mais adequada a sua realidade.
Outro ponto importante é que o técnico/ produtor
rural deve ter cuidado ao retirar a análise de solo da subsuperfície (20 a 40
cm) para que não ocorra a contaminação pela camada de solo da superfície de (0
a 20 cm) de profundidade.
Este cuidado para evitar a contaminação entre as
camadas de solo e posteriormente na alteração do resultado dos nutrientes deve
ocorrer na retirada e na limpeza do instrumento durante a coleta de solo.
Sendo que em fertilidade do solo é recomendado
fazer a coleta da superfície do solo de (0 a 20 cm) de profundidade para a aplicação
de calcário e adubo.
E a coleta de solo na subsuperfície (20 a 40 cm) é
para a aplicação de gesso agrícola.
Opções de amostradores para coleta de solos
No mercado temos as seguintes opções para realizar
a coleta de solos: a pá de corte quadrada, os trados de um modo em geral seja o
de caneca, o holandês e o trado de rosca.
Pá de corte quadrada
É importante destacar que a pá de corte deve ser
quadrada para que ocorra uma coleta homogênea do solo. Se a par de corte
utilizada não for com a borda quadrada, ocorrerá e erros no teor dos nutrientes
na análise de solo.
A pá de corte quadrada é um instrumento de
referência na pesquisa na área de solos, pois a quantidade solo retirada é grande
e representativa para a amostra coletada.
Vantagem:
Maior qualidade nos resultados apresentado na
análise de solo.
É possível fazer a coleta com o solo apresentando
uma menor umidade.
Não contaminação da amostra na coleta do solo entre
os horizontes em profundidade no perfil.
Desvantagem:
Mais trabalhoso e demorado a coleta de solo comparado
com as outras ferramentas.
Maior custo financeiro para a coleta de solo quando
comparado com as outras ferramentas.
Trado de caneca ou holandês
Tanto o trado de caneca quanto o trado holandês são
instrumentos muito utilizado na pedologia. Para realizar a amostragem dos
vários horizontes que um solo possui. Como exemplo o Horizonte A, Horizonte B, Horizonte
C e o Horizonte R e e definir a ordem deste solo. Por exemplo se o solo é um
Latossolo, Argissolo, Neossolo Quartzarênico, Cambissolo e outros.
Geralmente o trado de caneca quanto o trado
holandês tem um comprimento de 1,20 m justamente para verificar de preferência
a localização da profundidade do horizonte B.
De acordo com a pedologia o Horizonte B de um solo
é o Horizonte que expressa a máxima características que um pode solo apresentar.
E esse Horizonte B varia a sua profundidade de acordo com a ordem do solo.
Um solo pode apresentar o seu horizonte B com 10 cm
de profundidade ou em outro extremo pode ocorrer o horizonte B com mais de 200
cm de profundidade.
E solos classificados como Neossolo não tem o horizonte B, no caso o Neossolo Quartzarênico conhecido como solo arenoso e o Neossolo Litólico, os solos que tem rocha
Vantagem:
Boa qualidade nos resultados apresentado na análise
de solo.
É possível fazer a coleta com o solo apresentando um
teor de umidade médio.
Não contaminação da amostra na coleta do solo entre
os horizontes em profundidade no perfil.
Desvantagem:
O tempo e o trabalho da coleta de solo são intermediários
quando comparado com as outras ferramentas.
Custo financeiro intermediário para a coleta de
solo quando comparado com as outras ferramentas.
Trado de rosca
É o trado mais utilizado pelo pessoal que trabalha
com agricultura de precisão em razão do grande número de amostras de solo que
deverão ser coletadas.
Vantagem:
Rapidez na coleta do solo quando comparado com as outras
ferramentas.
Custo financeiro menor para a coleta de solo quando
comparado com as outras ferramentas.
Desvantagem:
Necessário um maior número de coleta de amostras do
solo, em virtude do pouco volume coletado de solo.
Contaminação da amostra na coleta do solo entre os
horizontes em profundidade no perfil.
Vamos analisar as pesquisas publicadas sobre a influência
nos resultados da análise de solo devido ao tipo de amostrador utilizado.
Pesquisa 1 – Avaliação nos resultados da análise de solo com diferentes instrumentos de coleta
Um estudo conduzido por (Oliveira et al.,2007), avaliou a diferença nos
resultados da análise de solo, entre a pá de corte e o trado de caneca.
Em relação a média e a variabilidade doas índices de fertilidade do solo sob
plantio direto (PD) e preparo convencional (PC).
O resultado foi uma maior variabilidade no trado de
caneca se comparado com a pá de corte, independentemente do tipo de preparo do
solo.
E a recomendação para a substituição da pá de corte
pelo trado de caneca pode ocorrer, desde que na preparação da amostra composta
de solo utilize a seguinte proporção: 17 % das amostras simples sejam coletadas
no sulco de plantio, 33 % a 10 cm de distância do sulco e 50 % no ponto médio
entre os sulcos.
Dessa forma, a variabilidade será a mesma nas duas
ferramentas de coleta do solo.
Fiz questão de mostrar esta pesquisa, pelo fato de
ter sido realizada ao mesmo tempo no plantio direto e no plantio convencional. Mostrando
que a variabilidade dos resultados na análise de solo foi maior, quando
utilizado o trado de caneca, independente do sistema de plantio adotado.
Pesquisa 2 - Avaliação nos resultados da análise de
solo com diferentes instrumentos de coleta
Outro estudo realizado por (ROSOLEM, et al., 2010), comparando o resultado
da análise solo da pá de corte e com vários tipos de trados.
Foi analisado na análise de solo os valores de pH,
matéria orgânica, acidez do solo, Al trocável e P disponível. E o resultado foi
que esses elementos foram equivalentes para todas as ferramentas empregadas. Não
havendo diferença significativa entre eles.
Entretanto, para as bases do solo (Ca, Mg e K), as ferramentas empregadas
resultaram, na maioria das vezes, em resultados diferentes dos obtidos pela pá
de corte.
Com destaque para o cálcio, em que o coeficiente de
concordância entre pá de corte e a sonda aberta foi de 0,78 na camada de 0 a 20
cm de profundidade do solo.
E o potássio em que na camada de 0 a 20 cm de
profundidade, o coeficiente de concordância entre pá de corte e o trado de
rosca foi de 0,59. Lembrando que o potássio é um nutriente muito móvel no solo
principalmente em solos arenosos.
Esta pesquisa mostrou que a variabilidade foi
enorme principalmente para o potássio. imagine você interpretando o resultado
de uma análise solo onde o teor de potássio foi classificado como baixo e na
verdade a interpretação deveria ser classificado como médio.
A quantidade de adubo aplicada de potássio será bem
maior do que deveria ser devido o instrumento utilizado para a coleta de solo.
Neste momento, mostra a importância do instrumento usado para a coleta de solo.
Diante das pesquisas realizadas, a pergunta que
você tem que responder é.
Qual a melhor ferramenta de amostragem para coleta
de solo?
Bom, essa pergunta está muito vaga. Vamos
aprofundar.
Se o seu objetivo é rapidez na coleta da amostra de solo, o trado de rosca é
imbatível. Ainda mais se for utilizado uma furadeira por exemplo a quantidade
de amostras de solo coletada por dia será enorme e apenas uma pessoa será capaz
de realizar o trabalho.
O resultado será uma rapidez na coleta de solo com
um custo bem menor do que se esse solo fosse coletado com a pá de corte.
Agora, se o seu objetivo é qualidade dos valores dos
nutrientes obtidos na análise de solo. A pá de corte é o instrumento
recomendado.
No cotidiano, sempre escuto que a amostra do trado
de rosca tem a mesma qualidade da amostra de solo coletado pela pá de corte. Não
concordo, o trado peca na qualidade conforme as pesquisas acima mostram.
Por isso, você deve fazer a seguinte análise de
acordo com as vantagens e desvantagens de qual instrumento usar para realizar a
coleta de solo.
Conclusão
Nesse artigo, como você pode ler, na hora de
escolher o instrumento usado para a coleta de solo e definir a quantidade de
adubo, calcário e gesso agrícola a ser aplicado teve influência no tipo de instrumento
usado para coletar o solo.
Se você busca por qualidade a pá de corte é
imbatível, porém mais demorado o tempo de coleta.
Agora, se você quer rapidez na coleta da análise de
solo. O trado de rosca motorizado é a melhor opção. Sendo mais rápido e mais
barato o seu uso.
Cada caso é um caso, pois a variáveis como o tempo
disponível para a coleta de solo e o dinheiro disponível deve ser considerado
tanto pelo técnico quanto pelo produtor rural para a escolha do amostrador de
solo.
Se tiver dúvida,
participe nos comentários.
Não entendi da pá ser melhor o trabalho que dá não compensa. Melhor usar o trado mesmo com parafusadeira a bateria é muito mais rápido.
ResponderExcluirBom dia! De fato o trado de rosca com a parafusadeira é mais rápido. Porém, você deve ter cuidado para contaminar o solo entre as camadas coletadas. Além disso, a quantidade de terra retirada com trado de rosca é menor. Por isso, é recomendado fazer mais furos de coleta por amostragem de solo.
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